quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Homem com dentes de silicone procura mulher com peitos de silicone

Este é Lourival Galliani, conhecido como "Toucinho Batera", figura lendária do meio musical ilhéu, e que teve sua alma destrinchada no filme "Sistema de Animação", de Allan Langdon e Guilherme Ledoux. Espontâneo, transparente, engraçado. Adjetivos que definem sem limitar esse baterista que influenciou toda uma geração de músicos do Estado. Já tocou com Fafá de Belém, Nelson Ned, César Camargo Mariano e pode-se dizer verdadeiramente que é um dos raros músicos que tocam com a alma. Começou a tocar bateria aos 8 anos e quem o conhece diz que sempre andou com as baquetas por aí. Hoje em dia ele se apresenta com o Cássio Moura Trio.


******************************



****************************


Dia 3 de novembro o filme vai ser apresentado na Fundação Badesc, que fica próximo do Teatro Álvares de Carvalho. Lá também vai rolar um show, antes da apresentação do filme. Pelo que disseram, mais elaborado que este, mas com certeza, não tão intimista quanto foi. Os diretores/produtores tem feito apresentações em salas da cidade em média de uma vez por mês. O negócio é ficar antenado para ver quando vai rolar. Vale a pena.

Passei um olhar rápido pelo relógio do computador, um para às dezenove horas, já era tempo. Tive um minuto para olhar por cima as páginas de jornais abertas na tela que tinham esperado a tarde inteira por uma oportunidade para serem lidas. De relance consegui ver algo sobre "Sistema de Animação", uma hora e uma data, mas não vi quando nem onde. Só percebi que era algo relacionado ao filme feito em 2008 e que não tinha tido a oportunidade de ver por motivos que não lembro. Quando chegasse em casa olharia com detalhes.

Andando para casa, decidindo entre as obrigações A e B, qual não foi minha surpresa ao ver que o filme estaria rolando naquele exato momento no Cineclube Ieda Beck, da Cinemateca Catarinense, próximo ao largo da Catedral. Não titubiei, entrei.
Um pouco mais de uma hora de filme, com uma edição show, um filme espontâneo como seu principal personagem. Não é o objetivo aqui fazer comentários críticos sobre o filme, ele é para ser visto, sentido. Com várias colocações cômicas do Toucinho Batera, ele vai contando a forma como encara a vida e a música, e com isso vai deiando claro seu estilo de tocar.

O Toucinho tava lá. Assim como o seu Roberto (tenho quase certeza que não era esse o nome dele), amigo de infância do baterista e que dá vários depoimentos no filme. Cássio Moura, Luiz Meira, Guinha Ramires, são outros nomes que estão na tela pra nos contar quem é esse tal de Toucinho Batera.

No final, teve um bate-papo com o Ledoux e o Langdon, enquanto era montada o equipamento para um pocket show. No meio disso tudo eu só pensava onde estava minha máquina que por um acaso não tinha ficado na bolsa. Aquilo tudo precisava ser registrado. Daqui a pouco o próprio Toucinho começa a falar, e você pode ter certeza que ficaria horas vendo-o discorrer sobre música, sobre a vida, sobre si. Ele prende e preenche. Foi aí que veio a frase, que dá título ao post.

Depois de tudo isso começa o som, 3 interpretações de Hermeto Pascoal, pra fechar com chave de ouro. Há essas horas já tinha esquecido da máquina faz tempo, pois entendi que tem certas coisas que são feitas para ficar registrada apenas na memória.

                                                                                                                        por Dani Pacheco

Nenhum comentário:

Postar um comentário