terça-feira, 27 de outubro de 2009

Gilson Giehl e o Documentário Independente


Em descontraída entrevista após palestrar na Semana Catarinense de Jornalismo, Gilson Giehl, 44 anos, jornalista cineasta produtor de importantes documentários, dentre eles sua tese de conclusão da graduação em jornalismo, “Transbrasil PT-TYS Vôo 303 o acidente que Florianópolis não esqueceu”, relatou sua breve opinião sobre o cenário do mercado da produção independente audiovisual: “Na minha época não tinha esse glamour intelectual que o cinema tem hoje, me formei em cinema em 85 em São Paulo e a produção de obras audiovisuais independentes ainda eram escassas, muitos diziam que as produções não realizadas em película nem poderiam ser consideradas cinema. Hoje, elas ocupam o maior nicho do mercado. Minhas realizações são feitas por encomenda, a maioria graças a leis de incentivo. E a equipe é pequena, no máximo três ou quatro pessoas, onde todo mundo sabe um pouco de técnica e estética”.
Sua grande experiência com filmes foi “Blum- O Desafio de uma raça” com a produtora própria, G.J.G, iniciais de “Giehl, José Giehl”.

“Foi um filmão. O elenco principal tinha 15 atores. Nem estou falando dos coadjuvantes. Conseguimos filmar sem problemas. Deu tudo certo. Esse filme marcou a cidade”, conta o cineasta.

Segundo o blog do nosso colega jornalista jozias, em 1980, o filme “Blum- O Desafio de uma raça” foi exibido solenemente no cinema de São Miguel do Oeste e foi um sucesso regional em todos os sentidos.
“Eu me surpreendi. O filme foi exibido nos cinemas de todo o oeste do estado de Santa Catarina e teve gente chorando”, conta.
Giehl guarda com carinho o cartaz de seu filme. Aliás, ele é fascinado por cartazes de cinema. Tem uma coleção.

A experiência de gravar o filme “Blum” trouxe a Giehl a convicção de que é possível sim produzir boa cultura local, ou seja, não ficar restrito aos enlatados de Hollywood. A cidade, não importa qual, pode também produzir cinema de qualidade. Bastam apenas criatividade e mobilização da comunidade.
“Nunca fui de acreditar que santo de casa não faz milagre”, comenta.

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